Os mexicanos acreditam que essa é uma maneira dos vivos se relacionarem com os mortos. A perspectiva é de origem e destino, lugar de descanso e de reencontros. Trata-se de uma mistura muito louca de respeito, alegria, fascinação e intimidade. Dessa forma, os mexicanos acabam aprendendo em vida a conviver e sobreviver ao medo da morte.
Desde cedo as crianças se acotovelam para comer as caveirinhas feitas de açúcar e todo tipo de guloseimas servido em um banquete para os vivos e para os mortos. Assim, acostumam-se ao contato com uma morte brincalhona e companheira, personificada nos bonecos-caveiras.
O fato é que as pessoas não se lamentam, ao contrário, tratando de fazer altares caprichados com oferendas para os espíritos e comemorar a vida com muita música, tequila e comida típica.
Esses altares normalmente possuem um jarro de água (para saciar a sede dos mortos), velas, incensos, comidas, flores e papel picado. Além disso, são incrementados com os objetos que eram de preferência do morto: cigarros, bebidas, roupas ou brinquedos, doces e comidas.
Os cemitérios também fazem parte da celebração, reunindo parentes, amigos, vendedores ambulantes, músicos, artistas teatrais; os túmulos repletos de flores, adornos, comidas e bebidas. Como parte integrante desse todo multicolorido, as pessoas vestem-se de uma maneira alegre e festiva com suas melhores roupas para receber seus mortos.
No final da festa (dia 02 de novembro), tudo é partilhado entre os parentes, amigos e vizinhos. Essa partilha é conhecida pela expressão “dar la calavera” e cada um volta a ocupar o seu lugar: mortos e vivos regressam aos seus espaços, felizes por se sentirem lembrados e por terem compartilhado suas histórias e seus sonhos.
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