domingo, 31 de janeiro de 2010

Rui Barbosa

Diz a lenda que Rui Barbosa, ao chegar em casa, ouviu um barulho
estranho vindo do seu quintal. Chegando lá¡, constatou haver um ladrão
tentando levar seus patos de criação. Aproximou-se vagarosamente do
indivíduo e, surpreendendo-o ao tentar pular o muro com seus patos,
disse-lhe:

- Oh, bucéfalo anícrono! Não o interpelo pelo valor intrí­nseco dos
bí­pedes palmípedes, mas sim pelo ato vil e sorrateiro de profanares o
recôndito da minha habitação, levando meus oví­paros à sorrelfa e à
socapa. Se fazes isso por necessidade, transijo; mas se é para
zombares da minha elevada prosopopéia de cidadão digno e honrado,
dar-te-ei com minha bengala fosférica, bem no alto da tua sinagoga, e
o farei com tal í­mpeto que te reduzirei à quinquagésima potência que
o vulgo denomina nada.

E o ladrão, confuso, diz:

- Dotô, resumino, eu levo ou deixo os pato?

Nenhum comentário:

Postar um comentário